Sinopse
“Essa obra poderia ser apenas sobre Romeu e Julieta. Mas são tempos sombrios, meus caros. A morte de vossas filhas e filhos não acalma mais o ódio de vossas famílias. Morrem muitas e muitos. Não só dois. Então, não darei. Não daremos voz. E corpo. A essa história. E nem posso vos pedir perdão, pois teria que acreditar na culpa para isso. Julietas e Romeus planejam a destruição das famílias em meio à tradicional guerra entre Capuletos e Montecchios. Essa obra é por todos que já morreram vítimas do ódio das famílias. Tal é a transgressão do amor!"
Ophélia Trava
Pesquisa
Uma obra em homenagem AOS QUE MORRERAM LUTANDO. A todos que acreditam e acreditaram na possibilidade da transgressão do amor. Estamos cansados dos conceitos e de citações. São tempos sombrios. Estamos em luta. Romeu e Julieta é uma ode à luta da juventude. Dos que tem o pensamento jovem. Dos que amam a possibilidade da mudança e da transgressão. Romeu e Julieta é uma obra atentado! É sobre os fantasmas de todos que, num ato de amor pelo o humano, tentaram transgredir as barreiras do seu tempo e morreram lutando. E assim, se essa obra é sobre AMOR, entendemos que em tempos de luta, amor é continuar a ação dos que morreram. AMOR, na nossa obra, não é romance, é luta! É lutar juntos. Lado a lado, compartilhando a possibilidade do tiro. Quando, lendo a obra original de Shakespeare nos deparamos com o prólogo em que se conta que Romeu e Julieta morrerão no fim, logo percebemos que a obra não era sobre o suspense em si sobre a morte de dois jovens. Caso contrário, isso não nos seria dado no prólogo. Romeu e Julieta, ao que nos parece, é sobre o próprio amor enquanto ATO DE TRANSGRESSÃO. A partir dessas questão e de tantas outras que foram sendo trazidas pelo coletivo ao longo do trabalho e tendo por base a obra Romeu e Julieta buscamos ao longo de dois anos responder cenicamente a essas inquietações. Nós sentimos que nesse tempo precisamos profundamente falar sobre amor. E aos poucos fomos encontrando nossa versão de Romeu e Julieta entendendo na prática como reinventar estruturas possíveis do ato de luta e transgressão. De algum modo, fazer teatro no Brasil já é um pouco isso. Ensaiar sem qualquer tipo de fomento, dois anos, com um coletivo grande, sem espaço fixo, talvez tenha sido um dos maiores materiais para entender o ato de transgressão. E resolvemos levar tudo isso para cena.
Integrantes
Direção| Felipe Rocha
Atores| Ametonyo Silva, Danilo Arrabal, Douglas Vendramini, Felipe Rocha, Giulia Castro, Laris Gabrianne, Lívia Souza, Marcela Grandolpho, Marcus Garcia e Marô Zamaro.
Preparação Vocal| Marcela Grandolpho
Composição Musical| Giulia Castro
Sonoplastia| Felipe Rocha
Iluminação| Maíra Nascimento
Fotos| Brendo Trolesi