Sobre os Heterônimos e nossas linhas de pesquisa
Em sua definição, heterônimo é um nome diferente, mas poderíamos lê‐lo como um nome outro, uma possibilidade outra, um princípio de alteridade; é a permissão que o autor dá à sua criação para que ela também se crie e crie para além dela – a ficção da ficção. Encontramos nesta designação um caminho, não uma limitação. Cada heterônimo que criamos não estabelece um princípio de identidade, mas uma linha de tradução de mundo, de pesquisa de criação artística. Dessa forma, o coletivo criado em 2012 se organiza pela vontade de não estabelecer uma identidade una de pesquisa, mas sim, de a cada projeto poder redefinir e repensar seus próprios caminhos, suas possibilidades de tradução.
A pesquisa continuada do coletivo se baseia no princípio da mudança e não da manutenção. Formado por um núcleo com quatro artistas, Felipe Rocha, Marcus Vinícius, Marô Zamaro e Naia Soares, o grupo se estrutura em novos coletivos autônomos a cada projeto que inicia, ou Heterônimos Coletivos. O primeiro Heterônimo é o de Ophélia Trava, autora de “Hamlet – Faltei no psiquiatra para consertar o freezer” e “Expurgo – Enterrei Édipo no Jardim e agora estou pronto para algo mais pop”. Em 2014, Macedônio Pisacha cria “Tantália”.
Ambos seguem criando em diferentes salas de ensaio.